quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cinco a seco

eu queria entender / esse tal de amor / só pra poder / parar de rimar / em versos pobres / eu queria saber / desse tal de amar / que tanto me enganou / e me deixou levar / por alguém que não era eu / eu queria você / mas mais que você eu queria me ter / num retrato bem feito do que sempre quis ser / mas foi aí que eu vi / que de nada adianta construir esse estar / se quando a felicidade vem eu só penso em falar / o quanto eu queria você ali...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Carta migratória

"Pai, A vida tem sido difícil, pai. Meu coração parece pequeno demais pra essa cidade. Meu amor já não parece o suficiente, e eu sei que prometi não me deixar ser vencido, mas a todos é permitido um pouco de fraqueza, certo? um momento, esse momento, em que tudo que paira nos pensamentos é o de ficar na cama, é o de ficar imóvel e deixar essa correria me errar. Eu tô tentando, pai. Eu tô escutando Jeff, como o senhor me instruiu, mas parece que nem mesmo o grande Buckley consegue ajeitar a minha vida no momento. 'Tenha paciência. A vida não é tão complicada quanto você pensa. Essa sua angústia, essa sua ansiedade de vida, eu entendo muito bem, mas não deixe que ela seja maior que o seu viver'. Consigo escutar suas palavras ecoando claramente na minha cabeça, pai. Eu sei de tudo isso, mas. Não. Chega de 'mas'. É o que o senhor me diria nesse momento. Escutarei meu coração. Eu juro. Mas pedirei que espere um pouco mais. Afinal, que pressa eu tenho, certo? Certo? No mais, fica a saudade e a insegurança de que cada passo está sendo dado no escuro, cautelosamente (às vezes). Acho melhor parar de escrever, pai. Vou parar de escrever e deixar o Jeff cantar à vontade. Um beijo, Cora."